
Garota de programa denuncia exploração em casa de prostituição sem condições de higiene, o cafetão e uma mulher foram presas
-
Destaque
- Segunda, 24 de março de 2025 às 10:07
Garota de programa denuncia exploração em casa de prostituição sem condições de higiene em SP
Mulher alega que era obrigada a andar nua pela casa e proibida de negar atendimento ou sair do imóvel em Guarujá (SP).
Ela disse que necessidades fisiológicas eram feitas em sacolas porque o banheiro era inutilizável.
Um homem de 41 anos e uma mulher de 22 foram presos por administrar uma casa de prostituição em Guarujá no litoral de São Paulo.
De acordo com o boletim de ocorrência uma vítima denunciou o casal por explorar garotas de programa e não oferecer condições de higiene e alimentação.
A Polícia Civil chegou até o local após denúncia da vítima de 27 anos na última segunda-feira (17).
Em depoimento ela contou que tinha sido contratada no começo do mês para trabalhar na casa localizada no bairro Vila Santo Antônio.
De acordo com a corporação o homem de 41 atuava como 'cafetão' enquanto a mulher de 22 tinha o cargo de gerente do estabelecimento.
Denúncias
Segundo a mulher a administração não fornecia alimentação adequada nem itens de higiene, como papel higiênico.
Ela acrescentou que o banheiro não era utilizável e por isso muitas vezes precisou fazer as necessidades fisiológicas em sacolas.
Também em depoimento a mulher denunciou o 'cafetão' por proibir as garotas de saírem da casa e aplicar uma multa de R$ 200 a R$ 500 caso a ordem não fosse cumprida.
Além disso segundo a mulher todas as vítimas eram obrigadas a trabalhar da hora em que acordavam até o momento de descanso (das 10h às 4h) e andar nuas pelo estabelecimento para “atrair mais clientes”.
De acordo com a garota de programa era proibido negar atendimento e por isso os serviços sexuais eram prestados até por mulheres menstruadas.
Caso não cumprissem o estabelecido elas recebiam uma multa de R$ 500 que também era aplicada quando deixavam os quartos por agressões de clientes.
A mulher contou ainda que o responsável pelo local prometia pagar R$ 6 mil para quem cumprisse a meta de 90 atendimentos em 15 dias.
Caso contrário o salário era de R$ 3 mil e elas ainda precisavam pagar três dias para a casa.
Polícia
Ao receber as denúncias a equipe da delegacia de Guarujá foi até a casa onde encontrou outras mulheres que confirmaram prestar serviços sexuais.
Os agentes também localizaram objetos que comprovaram a exploração sexual como caderno de anotações sobre programas e pagamentos, caixa com preservativos, lubrificantes, máquinas de cartões de crédito e uma placa com o nome do website no qual as garotas eram anunciadas.
Além disso os policiais notaram uma ligação clandestina de energia elétrica no poste conhecida popularmente como "gato", que foi caracterizado como furto de energia elétrica.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) a Polícia Civil investiga o caso que foi registrado como furto favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável e rufianismo crime previsto no artigo 230 do Código Penal que trata de exploração sexual.